Show: Red Hot Chili Peppers

Oito anos após sua última passagem por São Paulo, a banda californiana Red Hot Chili Peppers – que recentemente fez um cover de Neil Young – lotou a Arena Anhembi e subiu ao palco, após a apresentação do grupo britânico Foals, às 21h50. O conjunto deu início ao show com “Monarchy of Roses”, faixa retirada de seu mais recente disco, “I’m With You”, e primeiro lançado com o guitarrista na banda, Josh Klinghoffer – breve lembrete: Josh entrou para substituir John Frusciante que deixou o conjunto, pela segunda vez, há dois anos. Mas foi com a segunda música da noite, “Can’t Stop”, de “By the Way” (2002), que o público realmente foi ao delírio.

No palco, tínhamos um Anthony Kiedis bem-comportado – comparado com o que era visto nos anos 80, 90 e até 2000 – vestindo boné e jaqueta, que contrastava com o bom e velho Flea, que se apresentava sem camisa e de cabelo roxo. Chad também era o mesmo, com seu macacão sem mangas e boné. Já Josh foi colocado à prova e visualmente parecia uma versão mais jovem de Frusciante.

Durante o show, foi Flea quem fez as vezes de porta-voz conversando com o público. Além de agradecer à presença de todos e dizer o discurso básico de amor aos fãs, o baixista fez que entende de futebol e saiu dizendo nomes de grandes jogadores como Pelé e Ronaldos. Foi ele o responsável por apresentar Mauro Refosco, percussionista brasileiro que se apresentou ao lado dos Chili Peppers, e aproveitou para fazer piada com pequenina Joaçaba, cidade natal do músico. “Aqui temos mais gente do que em sua cidade!”.

Entre um hit e outro, o conjunto aproveitou para apresentar canções mais recentes – como “The Adventures of Rain Dance Maggie”, também de “I’m With You” – que empolgaram os mais fanáticos, mas não deixaram que o público se desinteressasse.
Algo que marcou a noite foram os pequenos erros do novo guitarrista. Como em “Otherside”, no qual Josh errou o tempo da guitarra e acabou confundindo Flea e Chad no início da música. O mega sucesso “Under The Bridge”, talvez a canção mais conhecida da banda, também custou um pouco a sair. Primeiro, um problema técnico atrapalhou Klinghoffer, que por sua vez errou novamente o tempo da canção. O músico tentou se redimir mostrando que sabe sim dominar o instrumento com solos bem pontuados e no todo fez uma boa apresentação para quem, após dois anos de banda, continua na sombra de John.

Apesar dos percalços protagonizados pelo novo integrante da banda, o setlist pareceu satisfazer bem o público presente, que cantou junto hits como “Scar Tissue”, “Me And My Friends”, “Higher Ground”, “Pea” (canção que Flea disse não performar há mais de dez anos), “Californication” e “By the Way”.
Guardando para o bis, houve uma jam de percussão entre Chad e Mauro Refosco, que, ao fim, acabou contando com a participação de Flea e Josh, dando então espaço para “Dance, Dance, Dance”. Depois foi a vez de “Don’t Forget Me” e, para fechar bem a noite, “Give It Away”. O vocalista foi o primeiro a se despedir, deixando seus companheiros novamente improvisando e hipnotizando o público até o último minuto.

Confira como foi o set list da noite:
“Monarchy of Roses”
“Can’t Stop”
“Tell Me Baby”
“Scar Tissue”
“Look Around”
“Otherside”
“Factory of Faith”
“Throw Away Your Television”
“The Adventures of Rain Dance Maggie”
“Me & My Friends”
“Under the Bridge”
“Did I Let You Know”
“Higher Ground”
“Pea”
“Californication”
“By the Way”
Bis
“Dance, Dance, Dance”
“Don’t Forget Me”
“Give It Away”